Rape


Jazia caída ao chão, chorando e lamentando sua quase morte, quando desmaiou no seu próprio sangue (e no dele também).
Estava exausta, machucada, contudo, caminhava por entre um campo estranhamente florido de lavandas, com cheiro e clima terrivelmente agradáveis.
Caminhou quase se arrastando.
Já estava frio e o crepúsculo que a cercava sumia com o lilás dos dias, trazia as rosas da sua dor, tão intensas quando o sangue que estava nas suas mãos, boca, em suas partes, quase violadas.
Seus punhos ardiam e sua boca queimava, seu corpo arranhado, machucado formigava. Era como um sonho dentro de um sonho e todo aquele horror e desespero passou como imagens tenebrosas, inúmeros flashes sem sentido que ela infelizmente compreendia...


Um estranho a seguia pelas ruas, por entre as vielas desde que ela descera da condução, longe da sua residência, naquele ponto não tinha iluminação e o mato crescia até cobrir sua visão. Arrepiou-se e o medo tomou conta do seu corpo, tentou apertar o passo, contudo aconteceu o que ela imaginara.
O estranho a alcançou, com um passo mais comprido que suas pernas, quase que pulando na sua frente, seus olhos se abriram ainda mais de tão assustados e sua boca tentou soltar um grito de socorro, mas ele a tampou com suas mãos sujas, o odor invadia suas narinas e ela tremia de medo só de pensar no que podia lhe acontecer.
Ele apertou sua mão contra sua boca e a cabeça dela contra seu peito, a agarrando e puxando para um beco escuro e sem saída onde o matagal crescia cobrindo toda a vista da rua, jogou-a contra o chão húmido e sujo com sacos de lixo e restos de materiais de construção.

Ela se debatia tentando se livrar daquele animal imundo que lhe agarrava, rasgava suas roupas e a machucava, porém sem sucesso. Ele estava em cima dela, apertava-lhe os seios com uma das mãos enquanto tentava abrir suas pernas com a outra, ela cruzou as pernas com tanta força que seus quadris doíam, virava o rosto pra evitar os beijos daquela boca suja com mal hálito e dentes amarelados. Depois de tanto esforço ele com muita força a virou de costas fazendo com que ela ficasse mais vulnerável ainda, vomitava frases sujas no seu ouvido enquanto baixava suas calças e tocava suas nádegas, ela podia senti-lo excitado e isso a desesperava ainda mais.

Tentando se acalmar ela prestou atenção em cada detalhe e percebeu que ele estava desarmado e meio bêbado, olhou em volta e algo brilhoso lhe chamou a atenção por entre os restos de materiais de construção, com todas as suas forças tentou se arrastar para chegar mais perto, já estava arranhada e machucada jogou-o para o lado, ele se desequilibrou e bateu na parede, ela tentou levantar mas ele a socou duas ou três vezes e ela caiu tonta no chão, outra vez.

Já estava mais perto da pilha de entulho, mordeu-lhe a mão que segurava seu braço com muita força, até sentir o sangue na sua boca, seus dentes doíam, mas a dor era o de menos agora, ele gritou e revidou com outro soco, ela se jogou para o lado e apanhou a barra de ferro enquanto ele urrava de dor.
Ela bateu com toda a força que lhe restava na cabeça dele, podia até ouvir o som das pancadas, na primeira ele tombou para o lado e quando estava para se levantar ela bateu outra vez, ele tombou para o outro ela continuou batendo.. Duas... Três... Quatro... Sete vezes... O sangue espirrava na sua face e pelo chão, pelo mato, a cabeça dele já estava esmagada e nem movimentos involuntários existiam mais.
Ela caiu chorando sem nem sentir mais os braços, coberta de sangue, com roupas rasgadas, semi nua, arranhada, machucada, exausta... Desmaiou.


C.L.

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