Conto;



No início da garoa do fim de semana e começo de tarde, adormeci.

Exausta, sonhei com a liberdade, fugia para as montanhas com rostos conhecidos e almas anônimas, todos sentados pelo rochedo, banhando-se no luar.

Um susto!
Fugíamos da repressão (talvez do dono das terras, de nosso sonho, de nossa liberdade), pulamos em lagos, mergulhamos em pensamentos, mais profundos ainda.

Me vi em um albergue, repleto de jovens anjos, moços e moiçolas, em uma estalagem simples e confortável onde eu me encontrava, havia uma amiga, velha conhecida, e uma conhecida que de longe era amiga, entretanto era bela, como na vida, voluptuosa, de longe e de perto.

Estava em uma cama grande, branca, em um quarto claro, no leito haviam membros artificiais, depois de olhar, tocar e sentir, achegou-se a conhecida formosa, trocamos de roupa, como que em um vestiário, como crianças, sem malícia ou tesão, mas foi vestida que me chamou atenção e na hora de partir, o olhar foi inevitável.

Trancou-se a porta imaginária e pulou sobre mim, vorazmente.
Nos beijamos duas, três, várias vezes!
As pernas se entrelaçavam, as mãos percorriam todos os sentidos.
Da cintura ao ombro sua blusa subia, seu short abaixava e faltavam apenas dois. Até que a despi por completo.

Percorri seu corpo com meus olhos, mãos e boca, principalmente a boca, desbravadora dos seus rios, conhecedora dos seus (outros) lábios, minha língua se entrelaçava, se tocava, me tocava, deitada e dominada (de olhos fechados e pernas abertas) gemia e alertava, até que gozou e de súbito o sonho acabou, lá estava eu, denovo, criando sonhos, violando a mim mesma, por algumas horas fantasiosas.

C.L.

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