Ser, não ser e reclamar;


Há tempos reclamo do meu (não) ser.

Tempos perdidos na frente de telas vazias, livros empoeirados que clamam para que suas páginas sejam viradas, neurónios adormecidos e outros tantos estragados de banalidade, olhos cansados de estupidez, filmes pedindo para serem vistos.

Uma saúde toda debilitada, lipídios malditos fazendo revolução sob minha derme, estômago se desfazendo, hemácias faltando e triglicerideos sobrando, vértebras reclamando, ligamentos roncando, cabeça estourando...

E o peito? Ai! O peito dói de depressão momentânea e o amor anestesia. A auto estima cai no poço e o corpo despenca aos poucos.

O que eu faço? Eu reclamo e só.

Vou cuidar de ser alguém, algo, significado, sentimento, inteligência, informação, um coração, amor e dor, felicidade sem falta de intensidade, liberdade com responsabilidade, saúde e eternidade, competência, decisões, ambições, sorte e acerto.
Vou cuidar pra valer a pena e parar de reclamar.

Adeus. #partiu

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